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Desafio de Junho #05
Os anos 80 foram...

Mágicos // Cult // Sci-fi // Internacionais // Thriller // ??? // ???

Achou que não ia ter Thriller? Achou que não ia ter De Palma? Em plenos anos 80?

Brian de Palma foi com certeza um dos grandes cineastas que protagonizaram os anos 80. Ao mesmo tempo que a indústria enfrentava uma crise enquanto ao embate entre realizadores e estúdios, o cara estava no auge, filmaço atrás de filmaço. Dublê de Corpo é parte dessa grande sequência.

No ápice de sua inspiração Hitchcockiana, o diretor tira um retrato dos anos 80 em forma e substância e apresenta ao espectador na forma deste thriller cheio de voltas e reviravoltas; mais do que isso, um thriller estiloso para caralho. Para fechar com chave de ouro, coroa-o com um daqueles finais que só ele sabe fazer, que amarram toda a narrativa, ao mesmo tempo que torcem ela a enésima potência. Assim, De Palma consegue conversar com os próprios temas da obra enquanto o fazer audiovisual de forma meta-linguística.

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Desafio de Junho #04
Os anos 80 foram...

Mágicos // Cult // Sci-fi // Internacionais // ??? // ??? // ???

Bem, esse na verdade nem é o primeiro filme internacional que vejo nesse desafio; na verdade, é o terceiro, o que só mostra como tinha coisa sensacional fora de Hollywood nesse período. 

Ran foi o meu primeiro Kurosawa, e honestamente, eu não poderia estar mais satisfeito. Junto com Lawrence da Arábia, são os maiores épicos do cinema, e por enquanto, a joia da coroa dos anos 80 para mim. Uma história tão simples e antiga, mas contada com tanta primazia narrativa e visual como poucas vezes foi feito na história, realmente é de irar. Cada personagem, cada diálogo, cada quadro... é o futuro do Japão imperial em jogo. Por isso, se torna impossível não mergulhar por completo neste mundo, colorido por belos tons de tristeza.

Já estou louco para descobrir o resto da filmografia dessa lenda, que venham os próximos.

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Desafio de Junho #03
Os anos 80 foram...

Mágicos // Cult // Sci-fi // ??? // ??? // ??? // ???

Talvez as maiores obras de ficção científica da história do cinema tenham sido lançadas nos anos 80. Blade Runner, Star Wars, O Exterminador do Futuro, De Volta para o Futuro... Exemplos que equilibram a crítica social e o divertimento com excelência. Para representar esse gênero importantíssimo para o período, escolhi uma obra obscura, porém aclamada pelo público: Brazil.

Vamos lá. Primeiro preciso dizer que eu não diria que tinha grandes expectativas para esse filme; no entanto, era com certeza o que eu estava mais curioso para descobrir do que se tratava de todos os que eu escolhi para o desafio. Afinal, que porra de filme é esse?

Pois bem, eu nem sei muito explicar, além de que não tem nenhuma relação com o país Brasil segundo Terry Gilliam, ao contrário do que uns metidos a sabichões dizem kkkkk. É melhor só ir ver do que eu tentar gastar palavras aqui; isso porque ele é completamente dependente do quanto você se conecta com o seu humor particular, e quando eu digo particular, é particular mesmo. É exagero atrás de caricatura, caricatura atrás de exagero. Ao meu ver a intenção dos realizadores era carregar tanto o filme nesse sentido, que a noção de que ele não se leva em absolutamente nada a sério chegue ao extremo oposto e esse seja o seu charme: uma crítica consciente da sua "estupidez" e que usa isso ao seu favor. 

Pelo que já deu pra perceber pela nota, esse conceito não colou em nada para mim. Justamente porque é simplesmente um conceito. O filme não consegue colocar essa ideia de forma satisfatória em tela. Mais um daqueles velhos casos onde a forma vem antes, muito antes da substância. Até a metade do filme acho que ele vai legal, mas a partir daí ele entra em um ciclo vicioso de repetir essa carga sarcástica sem qualquer propósito narrativo e ficando na região do ridículo mesmo, sem palavra melhor para descrever. Aquele romance, meu Deus do céu... Foi coisa de ladeira abaixo mesmo, a cada 5 minutos o filme caia 1/2 estrela no meu conceito, se durasse um pouquinho mais... Falta aqui a famosa simplicidade, muita bagunça pra pouco cinema bom.

Dito isso, apesar de estar incrível, nem Robert de Niro salva esse filme. Precisava de mais tempo de tela.

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Desafio de Junho #02
Os anos 80 foram...

Mágicos // Cult (filme com menos 700k membros no lb) // ??? // ??? // ??? // ??? // ???

Com certeza filmes mais independentes/arthouse não são a primeira coisa que vêm a cabeça quando pensamos nos anos 80, a década do Blockbuster e dos exageros. Para fazer justiça a essa categoria pouco lembrada da época, resolvi escolher para o dia 2 do desafio Paris, Texas.

Acho sempre interessante comparar expectativa VS. experiência quando eu assisto um filme. Diante das opiniões sobre esse filme, dei play em Paris, Texas pensando que ia me deparar com um filme mega contemplativo e expressionista, coisas que já não são tanto do meu agrado em cinema. Mas me surpreendi positivamente com o filme nesse sentido, principalmente na primeira metade; ele é um drama de uma jornada profundamente humana de um homem falho, e até demais, que utiliza-se das formas tipicamente slow burn para fazer essa análise, mas nunca colocando isso acima da substância. 

Por falar no protagonista, estranhei as pessoas usarem disso para criticar o filme. Vão dizer agora que pro filme ser bom o principal tem que ser um anjinho? Ah, vão pro caralho.

Dito tudo isso, vamos para a parte chata. Quem eu quero enganar, eu mesmo? Afinal, meus preconceitos sobre Paris, Texas não estavam totalmente equivocados; eles só na verdade foram começar a se confirmar mais pra frente. O filme foi sim um pouco desafiador para mim, e acho que o principal comprometedor foi o seu roteiro. Não me entenda a mal, a história e os temas aqui a respeito de família e frustrações do sonho são sensacionais; o que complica é como ela é contada, em especial a partir da segunda metade, com diálogos desinteressantes e nada inspirados. Chegou ao ponto dessa ser minha primeira vez vendo o filme, e mesmo assim, conseguir adivinhar boa parte das falas, por serem tão previsíveis. O que me deixa muito triste, pois descobri que o responsável pelo argumento é o fucking Sam Shepard. A direção meticulosa do Win Wenders até tenta salvar, mas se vê um pouco impotente diante dessa cadência desequilibrada do texto, que cria esse ritmo complicadíssimo.

Overall, é um bom filme; talvez um pouco superestimado? Sim, mas com certeza mostra que esse lado menos comercial do cinema nunca saiu de cena, mesmo durante os anos 80.

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Desafio de Junho #01
Os anos 80 foram...

Mágicos // ??? // ??? // ??? // ??? // ??? // ???

Quando eu penso em cinema dos anos 80, o primeiro adjetivo que vêm é esse: mágico. Diversos cineastas desse período embarcaram em uma missão cujo principal objetivo era recuperar esse encantamento do público com o audiovisual. Trilhas inesquecíveis, cores vibrantes, histórias contadas com o coração à flor da pele. Tem filme que incorpora mais tudo isso do que Cinema Paradiso? Acho que não.
É impossível assistir esse filme e não ficar com um sorriso pregado no rosto durante a primeira metade, quando somos apresentados à relação de Totó e Alfredo, e com lágrimas escorrendo nos minutos finais, com a derradeira conclusão dos destinos de todos aqueles personagens intimamente ligados ao espaço do cinema.
Ao meu ver, o romance foi desnecessário, poderia ser completamente removido e nem precisava ser substituído, faria até melhor ao filme. Mas isso a gente releva: Cinema Paradiso pode.

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A princípio, Donnie Darko parece um daqueles filmes intrincados típicos da virada do século que não dá para entender nada sem ver um vídeo de "explicação" quando termina. Bom, também é isso. Mas lá no fundo, Donnie Darko não é nada além de uma vibe inexplicável oitentista travestida dessa complicação toda.
O filme é bem simples na verdade, até porque ele não possui apenas a interpretação "sci-fi". É uma jornada do herói, mas também é religioso, é cômico, é terror, é psicologia. E para além de um texto amplo, mas nunca genérico, que possibilita tudo isso, a direção de Richard Kelly nos garante os momentos que criam essa atmosfera que o filme pede - jovens no ensino médio, criatura bizarra, eventos inexplicáveis, trilha sonora icônica...
Totalmente compreensível todo o amor que esse filme recebe na internet!

Todos estão tentando se adaptar — à vida, às histórias, ao que sentem que deveria ser.

Charlie Kaufman (Nicolas Cage) é um roteirista em crise, encarregado de adaptar um livro escrito por Susan Orlean (Meryl Streep) sobre o hortologista John Laroche (Chris Cooper) e suas orquídeas. Mas quanto mais tenta transformar a simplicidade poética da obra em um roteiro fiel, mais afunda em sua própria ansiedade criativa. O que começa como um drama sobre o bloqueio artístico logo se transforma em algo maior — e muito mais estranho.

Nos dois primeiros atos, acompanhamos personagens que buscam desesperadamente algo autêntico: John Laroche encontra sentido em suas orquídeas raras; Susan se vê seduzida pela paixão dele; e Kaufman tenta desesperadamente fazer jus a tudo isso em sua adaptação. Mas há uma ironia poderosa aqui: é justamente quando o filme abandona a “fidelidade” ao livro e se entrega ao absurdo — aos tropos que Kaufman mais desprezava — que ele encontra sua verdade mais profunda.

Essa virada metalinguística, que parece inicialmente uma traição à proposta original, revela-se como a própria essência do filme. Porque todos ali estão fazendo adaptações: John adapta a si mesmo ao mundo botânico; Susan, à narrativa de alguém fascinante; Kaufman, ao material e a ele mesmo. No fim, é nessa colisão entre forma e conteúdo que emerge o que há de mais humano: a contradição, o medo, o fracasso — e a beleza nisso tudo.

Adaptação é um milagre de criatividade e emoção. É complexo, engraçado, trágico, e absurdamente original. Uma obra-prima que mostra que a autenticidade não nasce da perfeição, mas do confronto honesto com quem se é.

O Talentoso Ripley é um filmaço de estudo de personagem, no qual mergulhamos na psiquê perturbada de um homem cuja identidade está completamente perdida. E conforme se envolve em uma rede de falsidade e ilusão, Ripley busca essa essência própria as he goes. Tudo para descobrir no final que ela talvez seja justamente isso: mentir e manipular, para sí e para os outros - Ripley é um narcisista e sociopata por natureza, cujo desejo de possuir e o desejo de ser convergem para uma obsessão comum. Matt Damon está impecável e transmite tudo isso que o personagem precisa - bem como todo um elenco coadjuvante carregadíssimo, que está tocando no mesmo tom, possibilitando um clima de ansiedade palpável. Esta que vêm conforme vemos como ele vai agir e reagir diante das adversidades, graças a um texto adaptado de um material original já genial - capaz de imprimir no espectador desprezo pela personalidade asquerosa de Ripley, ao mesmo tempo que, contraditoriamente, queira torça por ele - o que faz do protagonista um dos mais icônicos do gênero. Um dos grandes thrillers psicológicos que já vi, sem dúvida nenhuma.
Deve ter sido demais estar vivo em 99 para ter visto tanta coisa excelente no cinema!

"I don't want to need you, cause I can't have you."

O romance entre Clint Eastwood e Meryl Streep que a todo momento e detalhe é sentido: cada olhar, toque, palavra, expressão, voz... é fugaz, mas sempre é profundo, graças a um trabalho memorável de cinematografia e montagem. O amor de uma vida está contido em 4 dias, como uma fotografia do personagem Robert, contida em uma fração de segundos, que comunica uma história, uma memória em um momento em um local específico. E por isso é tão doloroso. A ponte de Madison é um caminho que não pode ser completamente tomado por sca, mas também é por isso que o sentimento que guarda é tão bonito, intenso e eterno. É um caminho que, da mesma forma que aproxima dois mundos completamente diferentes, também os separa. Unidos e separados pelas e através das pontes.

Os Coen fizeram uma mistura de noir com gangster. Sim, é incrível, como você pode imaginar. Cheio de reviravoltas e traições emaranhadas em uma narrativa complexa cheia de personagens, os irmãos calibraram perfeitamente esse mix com aquele seu temperinho especial, com destaque para o texto sempre genial! John Turturro e Gabriel Byrne roubam o show. Um filme perfeito para o outono.

Muito vejo debatendo-se se Cristopher Nolan é realmente esse diretor todo. No entanto, não há dúvidas quanto à sua capacidade como performer; nesse caso específico, um mágico.
Um filme cuja força reside na sua metalinguagem. Já está batido dizer como é possível dividir o próprio filme nas três etapas de um truque de mágica que o personagem de Michael Caine propõe. 'The Pledge': Nolan apresenta algo ordinário, uma rivalidade entre dois mágicos na Era Vitoriana da Inglaterra. 'The Turn': O diretor transforma o ordinário em extraordinário ao mostrar a obsessão e os sacrifícios que estes mágicos estão dispostos a tomar em prol de manterem seu ego intacto. E por fim, 'The Prestige': O mais impressionante. Como o personagem de Christian Bale diz ao de Hugh Jackman, "The secret impresses no one. The trick you use it for is everything." Aqui está o cerne da questão. The Prestige, seja o filme ou a mágica (se é que são coisas diferentes), não se torna genial pelas suas voltas e reviravoltas de fuder a cabeça, mas sim pela construção, pelo truque. Como o verdadeiro mágico do filme, Cristopher Nolan estava brincando com as pistas na nossa cara o tempo todo, por vezes mostrando, por vezes ocultando. 
E vai além, ao colocar os personagens desse jogo de ilusão em mais evidência do que nunca em toda a sua filmografia, ultraando esta barreira que em outros momentos foi sua maior dificuldade. Aqui, a alegoria à mágica volta a nos ser útil, já que tanto Borden como Angier se revelam como homens com jornadas próprias e únicas, construídas com um embasamento narrativo sofisticado por Nolan. Assim, ele se mostra como aquilo que muitos contrariam, como comecei falando na review: Um dos grandes diretores de sua geração. 
Estes dois fatores que envolvem freneticamente o espectador em The Prestige. Porque, combinados, tornam a paixão do diretor pelo método e bastidor antes da arte em sí (analogia legal com o próprio cinema!) a visão perfeita para essa narrativa - a metalinguagem que eu falei. E que assim, fazem deste um dos grandes filmes dos anos 2000.

Que carro badass. 
Superficialmente, Gran Torino parece um filme que foca numa relação paternal e de agem de bastão à la mentor-aprendiz. É também sobre isso, mas como todo bom Clint, a simplicidade é o último grau da sofisticação.
Walt Kowalski é aquele seu típico vizinho boomer que, em Gran Torino, precisa rever e se adequar a novos tempos, novos costumes, novas pessoas. Acima de tudo, perceber que as coisas já não se resolvem mais na ponta do fuzil, como na Coréia em 1952: antecedente esse simbolizado pelo icônico carro Gran Torino Fastback 72'. Nesse sentido, a outra entrada em sua filmografia que este aqui mais remete é Sobre Meninos e Lobos, no qual seu personagem espelho é o de Sean Penn. O ponto de virada de Walt na narrativa é justamente quando ele se desapega do veículo e do ado atormentador, fazendo as pazes com os seus fantasmas. Vou além: o próprio protagonista pode ser comparado ao seu Ford. Ambos são pináculos cujo os tempos de glória já há muito tempo abandonaram, e ao serem ressignificados, encontram seu novo espaço no contexto presente.
Outra coisa; tenho percebido que todo filme do Clint tem um toquezinho de humor que me pega muito, e esse foi o mais de todos. Pô, tem umas piadas e momentos aqui que eu me vi dando boas risadas. 
O final subversivo típico do cineasta também está presente, mas em tom diferente de seus outros filmes; enquanto em Menina de Ouro, Sobre Meninos e Lobos e Um Mundo Perfeito nos deparamos com o trágico, aqui fica um gostinho que eu diria até otimista! Isso porque aquele que seria o componente dramático se constrói narrativamente como inevitável. Ainda que sentido (muito por mérito do próprio Eastwood como ator E diretor), caso tenha acompanhado o filme com atenção, já era esperado.
Não é perfeito, mas é simples, direto, e sempre muito profundo. Marca registrada já costumeira dessa lenda!

Um Mundo Perfeito contém fuga de prisão, sequestro de refém, assassinato, uma perseguição pelo Texas, vários roubos... e por aí vai. E mesmo assim, não é sobre nenhuma dessas coisas. É um dos filmes mais sutis e profundos que eu já vi na minha vida; até para os padrões Clint Eastwood. É sobre a verdadeira natureza da violência e como a cria é o pai do homem.
Sério, como esse filme não é mais falado? Talvez seja o melhor do diretor. No Country For Old Men nível de camadas por aqui; não espere apenas um gato-e-rato policial ou um buddy road movie, mas sim uma obra com extenso pano para manga de estudo. Para complementar, Costner está em seu melhor papel por aqui; ele transmite toda a bagagem que um homem quebrado como ele carregou durante toda a vida, ao mesmo tempo que constitui a persona de anti-herói charmoso. 
Esse mundo não têm nada de perfeito. Chorei de soluçar com esse final, que é isso.

Há filmes que não tentam nos deslumbrar — apenas nos acolhem. Local Hero é um desses. Uma carta de amor aos pequenos gestos, aos silêncios que dizem tudo, aos lugares onde o tempo parece correr diferente. A vila escocesa pulsa com uma vida própria, feita de rostos, rituais e afeto. Cada detalhe é cuidado com ternura. O coelho, a festa, o motoqueiro, o russo, o bebê, a sereia, os caças, a cabine telefônica, os meteoros... eu amei tudo. Outra coisa interessante é que não tem vilões nesse filme; contra todos as expectativas, Bill Forsyth subverte as convenções e na verdade nem sequer condena o capitalismo ou algo assim, como é de se esperar de uma narrativa de grande corporação X aldeia. O filme é muito mais sobre memória, indentidade e relações e como o espaço permeia tudo isso. 
A trilha de Mark Knopfler é algo à parte. Dire Straits é minha banda preferida de todos os tempos, você só pode imaginar o quanto me encantou. Ela embala tudo com essa doçura mágica, ao ponto de toda vez que ela toca, nem que seja um pouquinho, já me dava vontade de chorar.
Quando acaba, a gente percebe que ficou com saudade de um lugar que nunca conheceu, mas onde parece ter pertencido por um tempo. Um dos pouquíssimos dramas que te fazem se sentir bem ao final. Os anos 80 tiveram muita porcalhada, mas também tiveram abraços quentinhos como essa aqui.

Ainda tentando processar, talvez escreva uma review melhor depois. 
Um dos melhores finais de um filme de todos os tempos. Acho que o filme têm suas falhas sim; mas o que fica, não vou esquecer tão cedo. Profundamente triste.

The Right Stuff não é apenas um épico sobre os primórdios da corrida espacial americana. É uma obra grandiosa e, ao mesmo tempo, íntima, que celebra e interroga com igual intensidade o mito fundador dos Estados Unidos. Phillip Kaufman, adaptando o texto irreverente de Tom Wolfe, cria um filme que opera em múltiplas camadas — é ao mesmo tempo crônica histórica, sátira mordaz, elegia melancólica e tributo sincero.

O título carrega sua ironia: o tal “material certo” que daria forma aos heróis americanos não é algo claro ou fixo. Está nas mãos trêmulas de homens imperfeitos, moldado pela fé cega, pela competitividade, pela vaidade e pelo desejo de transcendência. Mas também está em suas famílias, em suas dúvidas e nas estruturas (às vezes frágeis, às vezes cruéis) que os cercam.

Na figura de Chuck Yeager, Kaufman encontra um símbolo do herói clássico — o cowboy solitário, movido pelo puro desejo de ir além. Yeager, interpretado com estoicismo por Sam Shepard, é o espírito indomável da exploração, aquele que voa por paixão, não por prestígio. Mas é também o fantasma de uma era que está morrendo. Em contraste, os astronautas da NASA são homens transformados em ícones por uma engrenagem midiática e estatal. São celebrados, mas também manipulados — e o filme sabe disso.

Entre risos, silêncios e voos atmosféricos, Os Eleitos constrói um retrato complexo de seus personagens e do país que os molda. A sequência com John Glenn e as faíscas em seu voo é pura poesia cósmica: um momento em que o heroísmo americano, o mistério do universo e a ancestralidade espiritual (sugerida discretamente pelos aborígenes australianos) se entrelaçam.

No fim, o que resta? Um homem andando no deserto, ferido, sozinho, em direção ao céu. O herói fora da narrativa oficial. O último dos primeiros. Uma imagem belíssima e triste, como se o filme dissesse que, antes de olhar para as estrelas, é preciso reconhecer os fantasmas deixados para trás pela sociedade, mas que ainda vagam pela terra.

Phillip Kaufman realizou aqui um dos maiores filmes americanos do século XX. Não apenas sobre o espaço, mas sobre o país que quis dominá-lo — e sobre o preço que essa ambição cobra de seus homens e seus mitos.

Paul Thomas Anderson não é só gênio: é mágico.

Muito se fala recentemente na possibilidade de não gostar de um filme, porém reconhecer seus méritos técnicos/importância, ou o caminho inverso. Bem, eu discordo veementemente desse tipo de afirmação. Não existe objetividade na arte. Você tem uma opinião sobre um filme? Sustente ela com os argumentos que lhe convém, não venha com vergonhinha. 
Comecei falando isso porque esse filme é a prova viva desse meu ponto de vista. PTA constrói um filme em que os chamados "méritos técnicos" cinematográficos estão todos tão milimetricamente no ponto, que transmitem aquele sentimento de envolvimento total ao espectador, muitas vezes associados a filmes mais assertivos ou intensos em teor narrativo. Uma pitadinha de fotografia, outra de trilha, outra de roteiro, outra de atuações... É um mágico mesmo, fazendo uma poção encantada. No final, você têm o filme que, por incrível que pareça, não é o melhor de sua filmografia, mas talvez o mais emblemático do jeito PTA de se fazer cinema. Não existe nenhum outro cineasta com essa capacidade de compor obras tão magnéticas quanto ele. Personagens, histórias, diálogos, takes, músicas... o conjunto da obra causa uma sensação de atração que é até díficil de por em palavras, como ficou claro por essa review kkkkk.  
Tão sutil e íntimo, quanto abrangente e profundo, Trama Fantasma conta a história do romance entre o costureiro Reynolds Woodcock, interpretado pelo sempre brilhante Daniel Day Lewis, e sua musa, e todas as dinâmicas de poder, desejo e afeto que essa relação carrega. Mas acima de tudo, é um estudo de personagem. Ao meu ver, Thomas Anderson é uma faísca desse cinema que já não se faz mais com a mesma frequência. Que se debruça sobre aspectos de nossa humanidade. Nesse exemplar específico, nossos relacionamentos amorosos. 

No presente momento, não têm nenhum diretor que me anime mais com um novo lançamento do que ele. Ansiosíssimo por One Battle After Another.

Spike Lee entrega uma cinebiografia poderosa e ambiciosa de um dos nomes mais complexos e influentes do século XX. Com uma performance absolutamente magnética de Denzel Washington, o filme acerta em cheio ao retratar Malcolm X como um homem real — cheio de convicções, falhas e uma impressionante capacidade de transformação.
Ainda que o impacto de sua mensagem seja inegável, a estrutura do filme acaba prejudicando um pouco sua força, já que o impacto de seus temas estão diluídos por um desequilíbrio narrativo que por vezes se excede em alguns episódios da vida do protagonista, e por outras carece diante de abruptos saltos temporais ou pressa em momentos que pedem uma paciência maior para digerir a potência das mensagens.
Mesmo assim, trata-se de um filme de uma história contada com paixão, que oferece um daqueles raros retratos reais no cinema de um homem. Um homem que desafiou o sistema com coragem, verdade, e acima de tudo, evolução constante.

PTA é um dos grandes gênios do cinema contemporâneo. Um mestre do storytelling, de atuações, de câmera... the man has it all. E tudo isso já estava presente em um dos seus primeiros filmes: Boogie Nights.
O diretor faz da indústria pornográfica dos anos 70 e 80 um verdadeiro palco para se estudar personagens complexas e únicas em suas buscas por sonhos e acima de tudo, família. Isso tudo é engrandecido por uma reconstrução de época impecável com direito a trilha e fotografia que dão todo um toque pulsante e vibrante à obra.
Mas no fim, apenas funciona graças a um trabalho de roteiro mágico do PTA como de costume, que faz desse um verdadeiro épico sobre ambições e pertencimento perdidos e resgatados, e um elenco recheadíssimo em plena forma. Destaques da vez vão para: Burt Reynolds como Jack Horner, que traz o carisma e a figura paternal que dá liga à “família”; Julianne Moore como Amber Waves, é a mãe protetora e melancólica; Philip Seymour Hoffman interpreta Scotty, com uma doçura dolorosa que parte o coração; e Alfred Molina, com poucos minutos em uma cena de absolute cinema, rouba o filme com uma performance caótica e memorável. 
Paul Thomas Anderson é Paul Thomas Anderson. A crueza da realidade unida à uma direção cheia de energia e coração. O que começou com glamour, terminou com humanidade.

Harrison Ford incrível. Tommy Lee Jones maravilhoso. Narrativa econômica. Visual eficiente. Montagem frenética.
Combine tudo isso e você têm um filme de ação simples, direto e impecavelmente executado, elevado ao patamar de clássico do gênero. Um dos melhores filmes de pai já feitos.

Faça a Coisa Certa é um daqueles filmes que você não necessariamente consegue apontar o que te agrada; você apenas sente. Spike Lee constrói um retrato multifacetado de um bairro no Brooklyn, cheio de vida, cultura e identidade, mas também carregado de tensões latentes prestes a explodir. A genialidade está na forma como ele explora as questões raciais sem apontar culpados ou oferecer soluções fáceis, apenas apresentando personagens humanos, complexos e falhos.
O filme lembra quase uma tragédia grega ambientada no calor sufocante do verão nova-iorquino, onde cada personagem parece simbolizar um aspecto da experiência racial nos EUA. Enquanto Martin Luther King Jr. pregava a não-violência, Malcolm X defendia a autodefesa e a resistência ativa. Spike Lee, ao invés de escolher um lado, coloca essas perspectivas frente a frente, mostrando como ambas coexistem e colidem no cotidiano urbano.
O resultado é uma reflexão poderosa sobre violência, injustiça e resistência, mas também sobre comunidade, pertencimento e identidade. A cena final, carregada de dor e questionamento, ressoa por muito tempo depois dos créditos, deixando uma marca profunda.
Além da carga temática, o filme também se destaca visualmente: as cores vibrantes e a câmera inquieta de Lee amplificam a sensação de tensão crescente. E, claro, o elenco é espetacular, com destaque para Ossie Davis como o carismático "Da Mayor", Giancarlo Esposito como "Buggin Out" e para Danny Aiello como Sal, atuações memoráveis e extremamente humanas.
Um filme necessário e atual, que, mesmo décadas após seu lançamento, continua relevante e incômodo – do jeito que uma obra de arte deve ser.

Um dos grandes clássicos do faroeste revisionista, Butch Cassidy and the Sundance Kid traz uma abordagem cínica, bem-humorada e melancólica para a história dos dois icônicos foras-da-lei. O filme brilha principalmente graças à química absurda entre Paul Newman e Robert Redford, que entregam performances carismáticas e cativantes, fazendo de Butch e Sundance uma dupla inesquecível.
A cinematografia é encantadora. Com planos amplos e belíssimos, ela captura tanto a grandiosidade quanto a solidão das paisagens do oeste americano. A trilha sonora, especialmente a canção “Raindrops Keep Fallin’ on My Head”, dá um toque de leveza inesperada em meio à atmosfera de decadência e perigo iminente.
O roteiro é outra grande virtude. Equilibra com maestria o tom cômico e trágico, refletindo sobre o fim de uma era: o crepúsculo do faroeste. A ascensão das forças da lei e o avanço da modernidade tornam o estilo de vida dos protagonistas obsoleto. Eles são homens fora do seu tempo, tentando sobreviver em um mundo que já não pertence mais a eles. Essa transição entre o romantismo dos bandidos rebeldes e a realidade mais pragmática do novo século dá um peso dramático que vai além da simples história de perseguição.
Ainda assim, há algo no ritmo do segundo ato que me parece um tanto disperso, como se a narrativa perdesse um pouco do foco. Isso pode fazer o filme parecer menos impactante do que poderia ser, mas não apaga seu brilho nem a força dos personagens.
No fim, Butch Cassidy and the Sundance Kid é um faroeste cínico e nostálgico, com um charme inegável e uma reflexão sutil sobre o fim de uma era. Um filmão que, mesmo sem atingir todo o seu potencial, permanece marcante e memorável.

Ah, e quem jogou Red Dead Redemption vai pirar nisso aqui.

Mais um obrigatório riscado da lista!
Dessa vez, foi Conta Comigo. A comparação com Goonies é inevitável, afinal, são dois filmes da mesma época que retratam muito bem a amizade infantil com um carinho que vêm de dentro. No entanto, vou propor uma comparação bem inusitada aqui que veio na minha cabeça: esse filme me lembrou de Amargo Pesadelo. Lógico que em uma versão mais infantil, menos pesada, mas ambos contam sobre esse "rito de agem", na qual as experiências intensas vividas na jornada transformam os personagens para sempre, seja de uma forma mais melancólica como nesse, ou mais sombrio, como no de 72. Lindo!

Não tem nada que eu possa falar que já não foi dito sobre Good Will Hunting. Robin Williams é um marco do cinema; uma tristeza sem tamanho que tenha nos deixado tão prematuramente. Matt Damon também está demais, em atuação e roteiro, que foi escrito com Ben Affleck e levaram juntos o Oscar de Roteiro Original de 98. Cada frase proferida por Sean, é carregada de ternura e sabedoria. 

"It's not your fault."

L.A. Cidade Proibida é um filme que impressiona não só por sua trama intrincada e eletrizante, mas principalmente pelo desenvolvimento de seus personagens. É raro ver um thriller tão engenhosamente arquitetado, que consegue equilibrar uma história complexa com jornadas pessoais tão profundas e envolventes.

O maior triunfo do filme está na maneira como o roteiro entrelaça as investigações dos três protagonistas, cada um deles com personalidades e motivações completamente diferentes: Bud White (Russell Crowe), o brutamontes de bom coração e justiça pessoal; Ed Exley (Guy Pearce), o policial ambicioso e moralista que busca ser irrepreensível; e Jack Vincennes (Kevin Spacey), o charmoso detetive mais interessado na fama do que na verdade. E o que realmente torna L.A. Cidade Proibida tão memorável é sua capacidade de combinar tudo isso com a captura brilhante, em forma e substância, da essência do noir: a corrupção sistêmica, a busca pela verdade em meio a uma atmosfera sombria e sórdida, e diante disso, as escolhas morais tomadas por esses homens. E tudo isso embalado por uma Los Angeles dos anos 50 recriada com perfeição, com uma direção magistral de Curtis Hanson e um elenco que estava no auge de suas carreiras.

No fim, L.A. Cidade Proibida não é apenas um thriller policial brilhante, mas um estudo complexo de personagens, corrupção e moralidade, ao ponto de ser amplamente analisado e discutido no meio cinematográfico por todas as suas virtudes. É O magnum opus do cinema noir, que merece ser revisitado e com toda a certeza mais falado, ontem, hoje e sempre.

Sidney Lumet entrega aqui um verdadeiro tour de force cinematográfico. O filme se a quase inteiramente em uma única sala, mas sua intensidade é simplesmente avassaladora. Com um roteiro que talvez seja o melhor que eu já vi, 12 Homens e uma Sentença disseca as complexidades da moralidade humana e o poder da dúvida razoável, tudo através de diálogos afiados e interpretações inesquecíveis.
É impressionante como o filme desenvolve cada personagem de maneira tão rica e única, mesmo em meio a discussões acaloradas e profundas. A direção de Lumet, com sua câmera que se aproxima gradativamente dos rostos dos jurados, aumenta a claustrofobia e a tensão conforme os argumentos evoluem.
A reflexão sobre justiça e preconceito, ao lado da construção de personagens tão reais, faz com que 12 Homens e uma Sentença permaneça atual e universal, mesmo décadas depois de seu lançamento. Um filme essencial, uma verdadeira aula de cinema e roteiro.

Filmes denúncia bem feitos sempre me pegam, e Dark Waters não foi diferente. Marcado por um ritmo de tensão constante e atuações comprometidas, especialmente de Mark Ruffalo (que convenhamos, seu Oscar é questão de tempo), o filme nos confronta com a realidade crua e absurda de um sistema que prefere esconder a verdade a protegê-la.
A direção de Todd Haynes traz um ar dos thrillers investigativos dos anos 70, e a atmosfera opressiva cresce a cada nova descoberta. A luta do protagonista contra um inimigo gigantesco não só ilustra a batalha de um homem pela verdade, mas também denuncia o peso de um sistema que parece sempre estar ao lado do poder.
Impactante, inquietante e, ao mesmo tempo, envolvente. Um filmão subestimado que merece muito mais atenção.

"The system is rigged. They want us to believe that it'll protect us, but that's a lie. We protect us. We do. Nobody else. Not the companies, not the scientists, not the government. Us."

"I can win it. I can win this case."
Filmes de tribunal não ficam muito mehor que isso. Apesar de eu ainda estar limitado na filmografia de Paul Newman, uma coisa é certa: Ele é um dos maiores do cinema americano. Uma história tão introspectiva e pessoal, mas igualmente denso e amplamente reflexivo no que tange uma crítica social estruturada a respeito do sistema jurídico. Tudo isso capacitado por um roteiro seco e brutal, sem espaço para floreios, mas com diálogos precisos e potentes. Lumet evita os clichês típicos do gênero, focando mais no peso moral do caso do que na vitória jurídica em si. A câmera quase sempre próxima de Newman evidencia o conflito interno do personagem, tornando a trajetória de Galvin tão emocionante quanto angustiante. 
No fim, O Veredicto não é só um drama jurídico, mas um conto sobre segundas chances, ética e redenção. Um filme que prova que lutar pelo que é certo não é um dever apenas para com os outros, mas principalmente para consigo mesmo.

QUE FINAL FOI ESSE
Tirando os 5 minutos finais, o filme inteiro é um courtroom drama bem feijãozinho com arroz. Tem umas coisas que não precisava ter, romancezinho, tempo a mais, storyline dispensável... 
Mas o filme tem uma coisa: Edward motherfucking Norton. Em um puta de um papel. 

"If you want justice, go to a whorehouse. If you wanna get fucked, go to court."

Certamente o filme do Scorsese mais diferente de todos os seus outros projetos. Por outro lado, talvez seja o seu mais pessoal. É o seu melhor? Ao meu ver, não; o filme aposta fundo na transcendentalidade e martela os seus dilemas de forma quase sufocante, principalmente a partir do segundo ato, o que pode funcionar mais para uns do que para outros. Ainda assim, é inegável a presença de momentos da mais pura magistralidade cinematográfica. Sim, é unilateral, mas a proposta do filme nunca almeja ser mais do que isso. O que ele trata é de levantar questionamentos dificílimos e reflexivos sobre a fé, sem necessariamente fornecer respostas. O que Deus quer de nós? O que é apostatar e onde está a nossa fé nisso? Fé e orgulho estão relacionados? Deus é indiferente ao sofrimento humano? Deus sequer percebe o sofrimento humano? O que significa quando a fé é responsável pelo sofrimento alheio? E nisso, ele brilha magnificamente. Quanto as atuações, vou me isentar de falar, porque infelizmente vi o filme no formato dublado, o único que encontrei para assistir, o que obviamente mascara esse aspecto do filme.
Dentre as produções mais dedicadas à religião de Scorsese, fico mais com A Última Tentação de Cristo do que com Silêncio - ainda que ambos tenham surtido uma notabilíssima aproximação minha à fé cristã. Realmente incrível como Scorsese entende disso e como os filmes podem nos tocar nesse nível de profundidade. 
Dito tudo isso, acredito que esse filme possui todas as virtudes para fazê-lo um 10/10 absoluto para um certo público. Extremamente esnobado no Oscar.

A cria de Spielberg e Kubrick pega um pouco de cada um dos pais, virtudes e falhas inclusas

A.I.: Inteligência Artificial tinha tudo para ser um dos melhores filmes de todos os tempos para mim, por ser a obra fruto do trabalho de dois dos maiores diretores da história de Hollywood e com um texto tão interessante. E cara, eu não só entendo, como também invejo aqueles que realmente amaram o filme.
Como falei na introdução, o filme tem um pouquinho de cada um dos diretores. Para quem não sabe a história, esse era um projeto originalmente do Kubrick, cujo ele mesmo considerou-se incapaz de dirigir e ou para o colega e amigo Spielberg, que foi dirigí-lo só depois da morte de Stanley, como forma de homenageá-lo. Então aqui você se sente aquele cinismo e frieza do Kubrick entrar em conflito, ou melhor, harmonizar surpreendentemente bem, com a emoção e humanidade do Spielberg. No entanto, nem tudo são flores. Quando um dos lados da balança pende mais, o desequilíbrio se evidencia. Nos momentos onde o filme carece de substância material por depender muito daquele subtexto característico do Kubrick, bate aquela saudade do característico down to Earth do Spielberg. E o contrário também é verdade; o diretor ao meu ver se a no sentimentalismo em alguns momentos e lhe falta aquela visão mais adulta típica de Stanley. 
Ocorreu a infelicidade de Kubrick falecer em 1999 pouco antes do lançamento de seu último filme, De Olhos bem Fechados. Sinto que, se este estivesse vivo e trabalhando por trás das câmeras lado a lado a Spielberg, esse projeto teria alçado voos nunca imaginados no cinema.

"You could have a kitchen like this someday. It costs dearly. Home always does."

É impossível não notar o impacto que ressoa desse filme mais forte do que nunca nos dias de hoje, ao vermos pessoas entrarem na mesma espiral viciosa de vingança e violência como Avner, enganado pela pátria em uma busca por um lar fadada ao fracasso.
Mas para além disso, essa é uma aula do Spielberg de espionagem, e é o que vou focar nessa review. O goat entrou em uma sequência mais adulta nos anos 2000 ao explorar dilemas e questões mais maduras, e graças a sua maravilhosa filmografia como um todo, pérolas desse período tendem a se perder nesse mar de obras primas. O diretor consegue trazer a tona os thrillers do anos 70 que te causam aquele frenesi, aquele desespero pela próxima sequência, pela próxima cena, pelo próximo take. Tudo isso por meio daquele talento cinematográfico que só ele têm, de modo que o filme não para por um segundo durante suas 2h44 de duração. Tudo isso sem perder o significado, a reflexão; afinal, essa é a especialidade de Spielberg. Me encontrei em muitos momentos na ponta da cadeira ou sentindo emoções mais intensas do que costumo sentir em filmes, mas sempre pensando sobre o significado daquele diálogo, da iluminação, da interpretação, do que ele queria comunicar. O elenco inteiro está afiadíssimo também! Bana rouba o show, mas todos os outros agentes, destaque pessoal meu para Craig e Hinds, estão incríveis também. Se você gostou de Onze Homens e um Segredo e Eurotrip, vai adorar.

Ah, e o enquadramento final do filme quando começam os créditos... é simplesmente genial.

Sei lá mano, acho que todo mundo vai pensar que eu quero ser o diferentão aqui...
Mas eu devo ter assistido um filme diferente que vocês, tipo honestamente.
Só não leva uma nota pior porque tem umas decisões estilísticas e sonoras interessantes. De resto...
É Tarantino demais para mim. É Tarantino ao quadrado. Ao cubo na verdade. É Tarantino ao ponto de ele ter falado que esse ia ser o filme que os personagens dos filmes dele assistiriam no cinema. 
Ou seja, esse é um filme dentro de um filme. Eu entendo todo o negócio das referências aos filmes pulpy, que é o diferencial do Tarantino... Mas eis a questão: esses filmes que ele usa de referência nem sequer eram bons. É um filme feito complicado desnecessariamente ao ponto que estraga os últimos 45 minutos, afinal spoilers, mas qual o sentido de NA PRIMEIRA CENA dizer que a vilã morre (que aliás é o suprassumo de npc como todos os personagens desse filme), e depois dar uma história de origem em fucking animação para ela? Tipo, legal, mas por quê??? Ainda vou precisar ver o 2, mas sei que o diretor disse que não teve escolha senão dividir a história em duas partes. O QUE É UMA COMPLETA MENTIRA PORQUE OLHA COMO ESSE FILME ESTÁ MONTADO. Parece que o Tarantino fez um filme ruim de propósito.
Talvez seja um dos filmes mais vazios que eu já vi, honestamente. O roteiro é o pior do Tarantino, a maioria das performances é, sem palavras melhores para descrever, ruim, e o ritmo é uma bagunça (de novo, qual o motivo dos capítulos, por exemplo?).
"Ah mas você tem que desligar o cérebro, é só um filme de ação." BELEZA, MAS A AÇÃO NÃO CHEGA NEM PERTO DE CARREGAR O FILME! Isso aqui não é um Top Gun: Maverick, um Die Hard. Na verdade, não chega nem perto. "Ah, mas é um filme no qual forma antecede a substância." OK, MAS VOCÊ PRECISA ME DAR PELO MENOS ALGUM CONTEÚDO, ALGO QUE EU ACREDITE, ALGUM SIGNIFICADO, ALGO QUE EU ME IMPORTE! Exemplos não faltam de filmes nos quais forma antecede substância que são fodásticos, como Blade Runner ou até mesmo Thief. E o que mais me entristece é que eu sei o quanto o Tarantino é um diretor/roteirista monstruoso quando ele quer, quando ele tenta. Mas aqui, eu diria que parece que ele está apenas brincando com seus bonequinhos. Mas pelo jeito estou sozinho nessa, porque a média dessa bomba no letterboxd é 4.2. E digo mais: se não estivesse escrito "Written & Directed by Quentin Tarantino" no final, a nota dele aqui no app estaria bem mais próxima da minha...

Uma das minhas maiores decepções com filmes.

O melhor Scorsese é o Scorsese do novo testamento?
Filme #400

Se Spielberg é o goat, Scorsese é o runner-up que dá uma disputa digníssima. Os dois amigos representam até hoje tudo que eu mais gosto no cinema. E que streak absurda de filmes que assisti nos últimos dias, sério. Assassinos da Lua das Flores é a prova de que uma lenda do cinema como Scorsese pode sim envelhecer como vinho. É sem pestanejar ao menos top 5 de sua filmografia, senão mais. O diretor adota uma roupagem mais histórica/faroeste aqui para tratar dos seus temas de costume. E claro, como sempre, com aquele jeitinho que só ele tem. Tudo nesse filme é simplesmente, perfeito. Meu destaque vai para as atuações, em especial a Lily Gladstone, uma daquelas performances que comunica tantas nuances que requer um estudo feito com calma. E acredite se quiser, perdeu o Oscar para aquela "coisa" que a Emma Stone interpretou em Poor Things. 
Falando nisso, esse filme perdeu o Oscar para Oppenheimer nas categorias de Melhor Filme e Melhor Direção. Honestamente, prefiro esse aqui, mas não é daquelas derrotas de se revoltar.
Ah, e sobre o tempo de duração. Cara, o filme têm 3h30 e entendo que pode ser díficil dedicar um tempo desse a um filme, mas vai por mim, vale 100% a pena. Filmes como esse, tão profundos em conteúdos, são raríssimos, ainda mais com um ritmo tão perfeitamente equilibrado. Nem parece ser longo assim. Só evidencia as virtudes do diretor em todos os aspectos que você pode conceber. Filme geracional.

Spielberg... ah Spielberg... não tem como competir com esse homem. Cada filme seu que eu vejo, tenho mais certeza de que é o goat. 
Sem dúvidas o melhor da década que eu vi. Arte não precisa ser perfeita, ela precisa ter algo a dizer. E esse aqui, tem tudo a dizer (e é perfeito). Tão intimista, justamente por ser uma semi-autobiografia, e ao mesmo tempo tão abrangente de forma que qualquer um vai se identificar. 
Não falamos o suficiente do quanto o Spielberg é técnico. Cada take, uma aula de misè-en-scene. Cada sequência, uma aula de storytelling. Cada personagem, uma aula de atuação. E principalmente, sua autoralidade; como vemos na cena final, ele encontrou o seu próprio horizonte. Esse cara é um monstro, e aqui você entende de tudo isso veio, é o suprassumo da metalinguagem. Pode parecer brega (e é muito), mas vêm da emoção, isso que move as grandes histórias e as grandes peças de arte no geral.

Quando te perguntarem o que é cinema, responda como Spielberg: "Cinema é a arte de mentir 24 vezes por segundo, de modo a contar uma verdade."

Brian De Palma entrega aqui seu magnum opus no gênero gangster, trazendo um Al Pacino em uma de suas performances mais humanas e melancólicas. Carlito Brigante, um ex-gângster tentando escapar de seu ado, vive em um mundo que já não lhe pertence mais — um lugar onde velhas lealdades não têm mais valor e novos inimigos surgem a cada esquina.
O grande trunfo do filme está na combinação perfeita de forma e substância. Diferentemente de muitos filmes do gênero, que focam no glamour ou na violência gratuita, O Pagamento Final constrói tensão de maneira meticulosa, equilibrando cenas de ação com um profundo estudo de personagem. A câmera de De Palma é quase um personagem à parte, acompanhando Carlito como uma sombra, refletindo sua paranoia e sua inevitável queda. A forma estilizada — com planos-sequência hipnotizantes e enquadramentos icônicos — nunca está dissociada da substância: a jornada de um homem preso em sua própria redenção.
Curiosamente, o filme se destaca ainda mais quando comparado a outra parceria de De Palma e Pacino: Scarface (1983). Enquanto Tony Montana representa a ascensão e queda pela ambição desenfreada, Carlito Brigante é o oposto: um homem que já teve tudo e agora busca apenas paz e liberdade. Se em Scarface a violência excessiva e o estilo gritante às vezes sufocam a profundidade da narrativa, aqui De Palma mostra maturidade ao equilibrar a brutalidade com um lirismo trágico. A melancolia de Carlito é palpável, e o impacto emocional é genuíno.
Carlito já se tornou um dos meus personagens favoritos de filmes de máfia, e não é difícil entender o porquê. Ele é a alma de uma história sobre redenção e fatalidade, onde o ado nunca está realmente enterrado. O Pagamento Final não só homenageia o gênero gangster, como também se destaca como um de seus exemplos mais definitivos e impactantes. Um verdadeiro clássico moderno

Uma obra monumental sobre o tempo, a memória, a culpa e os fantasmas que nos assombram. Leone aqui não conta uma história de gângsteres como tantas outras; ele constrói um épico melancólico sobre homens presos a um ado que nunca a. O crime está ali, claro, mas é só o pano de fundo para um conto muito mais humano.
A narrativa é fragmentada, como uma mente que tenta lembrar ou esquecer; e o que vemos pode ser tanto real quanto delírio. A teoria poderosa de que tudo após 1933 seria uma alucinação de Noodles no opiário, uma fantasia em que ele lida com sua culpa, traição, amor e perda. Verdade ou não, o que importa é que o filme todo vibra como uma elegia: nada é certo, mas tudo é sentido.
No fim, essa é a essência do filme: não sobre o que aconteceu, mas sobre o que ficou. O peso da amizade traída, do amor impossível, da culpa que nenhuma droga alivia. Leone faz do tempo um personagem, da memória um campo de batalha e da música de Morricone, uma cicatriz que nunca fecha.

Um belíssimo de um estudo de personagem e da sociedade dos anos 70, realmente um marco para o cinema americano da época e para as carreiras de Lumet e Pacino (e da curtíssima e brilhante de Cazale). Não vou mentir que, pelo que havia ouvido, esperava um pouco mais, ainda mais vindo de um Network que me cativou demais. A pegada do diretor se mantém, mas senti que falta uma dose de eletricidade ao filme; não necessariamente thriller, nada disso, mas uma *cor* a mais, por assim dizer. Mas vale assistir, com certeza.

Eu só sei que em 1976 todas as grandes estrelas deviam estar se degladiando para estar nesse filme. Elenco inteiro afiadíssimo, Peter Finch, Faye Dunaway, William Holden, Robert Duvall, Ned Beatty, Beatrice Straight (ganhou o Oscar por uma cena de tipo 5 minutos)... 
Foi meu primeiro do Lumet, e já deu pra perceber a sua identidade: articular roteiros inteligentes. E esse aqui, não tem o que falar. Talvez um dos melhores que eu já vi em toda a minha vida. Cada personagem, cada diálogo, cada cena... tudo meticulosamente construído de forma dinâmica, mas principalmente, atemporal no que comunica. Uma das mais brilhantes críticas em forma de cinema que já vi, afinal, parece que ressoa mais hoje, do que 50 anos atrás...

"Nascido em 4 de Julho" me atropelou como um trem descarrilhado.
Olha, acho que todo mundo que curte cinema pode reconhecer que o Tom Cruise em algum momento vai ganhar um Oscar. Pode não ser esse ano ou que vem, mas ele com certeza vai. Além de excelente ator, o homem têm a narrativa ao seu lado: Cruise é o que se verdadeiramente entende como Estrela de Hollywood, um dos grandes bastiões do cinema da atualidade, além de já estar chegando naquele estágio da carreira onde todos os prêmios vêm mais fácil. Basta ele pegar um papelzinho de drama, que eu acho que é dele. 
Dito isso, o que essa lenda já foi garfada no Oscar, não está escrito. Principalmente para a sua melhor performance como Ron Kovic, em 1989, logo no comecinho de seu boom na carreira.
Que Oliver Stone é especialista em desconstruir o sonho americano pela frustração e abandono, todos nós já sabemos. Agora, junte essa primorosa técnica cinematográfica de montagem, trilha e câmera, com a emoção contida numa daquelas interpretações onde ator e personagem se fundem e tornam-se algo totalmente novo e único, e você têm uma daquelas obras que te deixam na eminência do choro a todo momento que Ron Kovic aparece na tela. Destaque para as sequências no hospital e na volta para Massapequa no geral. Simplesmente genial, que filme subestimado do caralho. Oliver Stone, volte a fazer filmes: precisamos de mais como esse nos dias de hoje.

"You don't get it. You don't get it. You had a town once, Charlie, and a mother and father. Things - thing that made sense. Do you things that made sense, things you could count on, before we all got so lost? What are we going to do, Charlie? What am I going to do, man?"

Escola do Rock, só que de poesia. Ah Robin Williams, como você faz falta... Filme muito lindo e executado de forma sofisticada.

A princípio, Sinners pode apenas parecer um filme meio pulpy "Tarantinesco" de vampiros e muito sangue com uma mensagem legal por trás. Mas há muito além disso que faz desse um grande filme. Ryan Coogler sustenta a reflexão do filme em simbolismos muito bem consolidados envolvendo música, religião, folclore e cultura negra. Michael B. Jordan consegue imprimir convincentemente dois irmãos gêmeos bem diferentes, e meu outro destaque iria para a trilha sonora. Um filme que têm música como um de seus principais alicerces precisa se garantir quando esse é o assunto, e eu garanto que ele entrega. O uso da trilha está diretamente associado ao visual exibido. 
Dito isso, o filme sim foi elevado a um nível que ele não está, ao meu ver. O filme é bom, na verdade, ele é ótimo, mas tenho algumas pequenas questões com ele sim, principalmente técnicas. Mas nada que estrague a experiência, como disse. É só que ele não é um 10/10 ou um dos melhores filmes do cinema americano do século XXI, como vi alguns veículos por ai comunicaram. Tenho uma opinião meio polêmica que, se esse filme abandonasse totalmente a questão sobrenatural dos vampiros e focasse mais no histórico (não que seja ruim), daí sim, poderia chegar ao 10/10.
Com isso em mente, no final você têm um filme que além de cheio de conteúdo reflexivo sobre nossa sociedade e que não precisa te pegar pela mão pra jogar na sua cara tudo isso, mas também é eletrizante e muito envolvente, principalmente a partir da metade. Não só isso, mas que combina esses dois mundos de forma harmoniosa, mais, de forma engrandecedora para ambos. Fica aquela impressão gostosa de ter visto um filme totalmente despretensioso, mas que mesmo assim carregava muito significado.

*Filme 4/5 n°100!

Estou começando a realmente acreditar na minha teoria da conspiração: William Friedkin era o irmão mais velho perdido de Michael Mann.
To Live and Die in L.A. é, sem dúvidas, uma pérola perdida dos filmes policiais que não é falada o suficiente. Friedkin combina aqui toda as temáticas impetuosas e soturnas dos anos 70 com a estética enérgica e arrojada oitentista para criar uma obra que é definitiva em convenções futuras do gênero. Sim, exatamente o que você espera de um filme do Michael Mann. A verdade é que pouca gente fala como esses dois diretores estão cheios de coisas em comum em sua filmografia; ambos tem uma vocação, em forma e conteúdo, para o realismo e moralidade dos homens e espaços falhos retratados.
Willem Dafoe está incrível no papel de Rick Masters, o falsificador de dinheiro excêntrico e misterioso, que joga o jogo de gato e rato com o ambíguo policial caçador de emoções Richard Chance, interpretado por William Petersen, onde muitas vezes os papéis e linhas de príncipios se perdem e podem até se inverter. Para isso, o elenco complementar acrescenta uma camada a mais de corpo ao filme e aos dilemas que propõe. Ou seja, basicamente é só Manhunter do Mann, só que melhor, ou uma sequência espiritual de Operação França do próprio Friedkin. Até a perseguição de carro eletrizante e o final subversivo se repetem por aqui! E claro, com aquela vibe pulpy nostálgica dos anos 80 torando a todo momento. Um filmaço muito subestimado que, com certeza, merece mais atenção do que recebe.

Daqueles que atacam silenciosamente, e quando você menos espera, um mero take te faz desabar.
Não tinha um diretor melhor que Jonathan Demme, de O Silêncio dos Inocentes, para encarar o projeto de Filadélfia. Seu misè en scene magistral fica a serviço de uma narrativa construída na sutileza de um olhar cheio de significado, a entonação de um discurso, um gesto delicado de um figurante, a velocidade ou a direção com que a câmera acompanha ou enquadra o objeto... tudo fica um pouco mais real, mais tangível, mais humano. Combine isso ao Tom Hanks destruindo em um papel igualmente gracioso, um Denzel Washington sempre carismático, e uma das melhores sequências de introdução do cinema dos anos 90 ao som da vencedora do Oscar Streets of Philadelphia, de Bruce Springsteen, e você têm um clássico instantâneo relevante até hoje. 

"-What do you love about the law, Andrew?"
"-It's that every now and again - not often, but occasionally - you get to be a part of justice being done. That really is quite a thrill when that happens."

Obs: alguém pode apagar da existência o tanto de twitteiro chato nas reviews desse filme? Pelo amor de Deus, o prazer de vocês é reclamar mesmo né, só pode

Enfim, chega ao fim a minha lendária streak de 3,5/5 para cima de Abril de 2025. Senta que lá vem história, tenho algumas coisas pra falar aqui... 
Só ouvia de Terrence Malick pra cá, Terrence Malick pra lá... que é um dos maiores diretores de todos os tempos, que não dá pra gostar de cinema sem ver um filme dele. Pois bem, fui ver o mais falado para ver qual é, e sinceramente, não me entusiasmei muito a ver outros, pelo menos por enquanto.
O filme sofre de um problema um pouco sério para mim que eu tinha observado de forma leve em A Bridge Too Far, outro filme de guerra também com elenco pesadíssimo, mas que aqui está agravado pela postura do diretor, em especial, em seu roteiro; a pretensão exagerada. 

Entendo que o objetivo de Malick era contar a tragédia definitiva humana diante da guerra por meio das diversas perspectivas de diferentes homens (todos interpretados por lendas do cinema dos anos 90/2000, algo que a princípio empolga por reconhecer vários rostos famosos, mas que para um filme de guerra, chega uma hora que começa a incomodar ao ver o John Travolta ou o John C. Reilly quando preferiria que fossem caras mais desconhecidas para soldados comuns, como vemos por exemplo em Full Metal Jacket). No entanto, Malick se a, se empolga além do devido. Eu pessoalmente acho a narração desse amontoado de poesia vazia sem contexto pelos personagens uma ferramenta preguiçosa de roteiro, para quando não se tem a capacidade de comunicar de forma menos expositiva e mais visual o que está sendo falado. Como disse, o problema para mim reside no argumento, acho a direção até bem hábil, e a fotografia com enfoque na natureza é lindíssima. Mas o texto apresenta uma dificuldade considerável em seu storytelling, em nos envolver com cada personagem e com a narrativa, ao ponto de em alguns momentos ficar até chato de acompanhar. Para mim, o ponto que mais resumiu tudo isso foi
‼️SPOILER‼️: 

A morte do protagonista, que não significou absolutamente nada. Aquele homem, aquele contexto, não foram desenvolvidos o suficiente para que eu me importasse de fato.
A exceção a essa questão fica ao meu ver para aqueles que possuem interpretações tão poderosas, que conseguem se impor além dessas limitações; me refiro a Nick Nolte (este aqui é digno de Oscar), Sean Penn e o limitado em tempo, mas igualmente magnético, Woody Harrelson.
 
Em conclusão, Malick busca tão obstinadamente tratar a guerra por um olhar mais contemplativo e psicológico, que para mim, faltou aquela sustância que cative o espectador. Contraintuitivamente, senti que o filme chega mais próximo disso nos momentos de ação, pois, apesar de não construirmos conexão com os elementos, pelo menos há um envolvimento diante a adrenalina e horror proporcionados pela guerra, em contraste com a beleza e serenidade da natureza retratada.
Como apontei, têm sim suas virtudes, mas poderia ser muito, muito mais. Entendo 100% porque ficou tão ofuscado em comparação com o outro e muito melhor épico de guerra de 98, O Resgate do Soldado Ryan.

Bizarraço.
Me lembrou muito Whiplash, onde o artista está completamente fixado em seu objetivo, só que dessa vez é o bad ending. Achei os elementos que tangenciam o terror a melhor parte do filme, realmente fiquei completamente arrepiado em certos momentos. Natalie Portman foi merecidamente coroada com um Oscar por essa performance, que é realmente absurda; mergulhamos na psiquê de Nina, ao ponto de perdermos noção da realidade diante de sua obsessão. E a metalinguagem para o espetáculo do Lago dos Cisnes é, apesar de simples, genial. Trilha sonora, nem se fala; absurdamente memorável. Realmente não é a toa que esse é tido como um dos melhores da década

Outro daqueles que teve um impacto colossal em mim. Impressionante como filmes com a religião como tema me tocam tão profundamente.
O filme tem sua camada superficial, mais ligada ao tema da justiça diante a um sistema falho, composto por homens falhos, de ambos os lados das grades. Mas há ainda o mais especial do filme; o seu subtexto. Coffey, que é interpretado magistralmente por Michael Clarke Duncan, é uma clara analogia para Cristo (J.C. de John Coffey não é a toa); sentenciado a carregar o fardo de tirar o pecado do mundo. Que é tão puro, que sofre toda a dor desse mundo, mesmo sem compreendê-la totalmente. Já Paul, Tom Hanks no auge, é o ponto de vista 'humano', que carrega outro fardo: de ter deixado o milagre morrer, isto é, de ter pecado, eternamente. Marcado pela perda, pela culpa, mas sem ser herói, nem vilão, apenas lidando com as consequências de seu livre arbítrio.
Além desse genial texto do Stephen King, quem encabeça o projeto é Frank Darabont, que já havia trabalhado com a obra do autor em Shawshank Redemption. E aqui ele volta a mandar muito bem. O filme tem três horas que am voando, devido ao envolvimento profundo com todos os personagens e o que está acontecendo na tela, por meio de uma hábil construção criativa da forma. O filme é quase inteiro no bloco Green Mile, e por mais bizarro que pareça, ficamos familiares ao local e aqueles guardas e prisioneiros.
Realmente, o ano de 1999 é o ano goated do cinema.

"We each owe a death - there are no exceptions - but, oh God, sometimes the Green Mile seems so long."

O poder do jornalismo.
Spotlight pode ser quase considerado um documento histórico e retrato dos escândalos de pedofilia envolvendo a igreja católica desacobertados no ínicio do século. Algo que hoje já é de conhecimento geral, veio de algum lugar. E o filme nos apresenta essa origem.
Assim como Todos os Homens do Presidente, a força do filme reside no poder do jornalismo retratado de uma forma elegante. Extremamente sutil e consciente em todos os seus aspectos, a obra envolve o espectador em seus questionamentos e consequentes revelações pouco a pouco. Ao ponto que, no final, o aspecto puramente documental do filme ganha uma cara mais sentimental, diante da seriedade e carga de emoções envolvidas em uma questão tão complexa como essa. Isso ocorre graças a um roteiro delicadamente arquitetado, que coloca em sempre em evidência a investigação, sem nunca perder o gás. As atuações, principalmente de Keaton, Ruffalo e McAdams refletem com precisão justamente esse arco de transformação da narrativa e em conjunto ditam a estrutura a ser acompanhada. Uma verdadeira odisséia a profissão do jornalismo que continuará relevante para sempre, não importa quantas IAs sejam desenvolvidas, e que levou o Oscar muito merecidamente.

"We know that you know, Mr. Caul. For your own sake, don't get involved any further. We'll be listening to you."

Cara... de arrepiar. Mais um filmaço do Coppola, que continua se mostrando um dos mais consistentemente brilhante diretor dos anos 70.
Harry Caul, interpretado por Gene Hackman, é um especialista em "vigilância" (eufemismo para espionar os outros com escutas mesmo), que após gravar uma conversa de um casal para um contratante, entra em paranóia quanto ao uso que será feito de seu trabalho. 
O terceiro ato desse filme é uma loucura de incrível. Coppola a a primeira uma hora basicamente jogando pistas e peões no tabuleiro que serão essenciais para que a tensão explosiva do final do filme seja tangível. E quando ele chega, é arrebatador. O destaque fica para o áudio, é claro, já que é sua essência tanto em forma, quanto substância; e mais uma atuação memorável de Hackman, com um personagem completamente diferente de qualquer outro que já fez, mas igualmente cheio de personalidade e por isso, muito real, denominador comum para os trabalhos desse ator lendário. Harry Caul personifica a solidão. Um homem de 40 anos que mora sozinho, completamente paranóico e sem grandes conexões com ninguém além de seu trabalho e religião, que se entrelaçam nas reflexões que o filme propõe, sempre com muito pano pra manga de discussão. Ah, e com certeza o thriller naquela mais pura essência que te prende na tela de todos os neo-noirs que vi recentemente, ao ponto de chegar a ficar com medo e até tomar alguns sustos. Coppola joga na nossa cara como ele conseguiu o objetivo que almejava desde o início: deixar-nos paranoicos, como Harry Caul.

‼️SPOILERS ADIANTE‼️

Lá vai a prova viva de que o diretor conseguiu me deixar maluco: antes do telefone tocar e o personagem do Harrison Ford intimar o Harry Caul com a gravação dele tocando saxofone segundos antes (isso é importante), ele toca uma primeira vez. Esta em que o protagonista atende, mas nada é dito e a ligação finaliza. Agora, lembra do dispositivo que o competidor do Harry mostra na convenção de vigilância, que após uma primeira ligação silenciosa gravaria tudo que o telefone capta após, como por exemplo... Harry tocando saxofone? Sim... ligue os pontos. O competidor do Harry estava envolvido na conspiração.

Michael Mann + James Caan + Tangerine Dream = Um dos melhores que já vi.
Em Thief, acompanhamos Frank, um profissional na arte de roubar diamantes e sua busca pela independência do mundo do crime, e todas as implicações pessoais para o personagem que derivam disso.
É incrível pensar que o Michael Mann acertou tão perfeitamente em seu primeiro longa para as telas de cinema. A forma técnica do filme é atemporal, composta por uma direção de arte noir/oitentista brilhante, uma cinematografia e edição meticulosa e design sonoro primoroso, evidenciando e refletindo os métodos e códigos de mesmas virtudes de um ladrão como Frank.
Outro fator que faz desse o melhor do diretor para mim é sua precisão em acertar os temas que viriam ao longo de toda a sua filmografia; a relação homem/profissão e todas as complicações que vêm disso. Para além disso, Mann já aqui conduz a narrativa com base em seu protagonista de forma envolvente, como viria a fazer em seus projetos seguintes, aqui definitivamente em seu melhor trabalho. O personagem interpretado magnificamente por James Caan é complexo e muito carismático: você se importa e quer saber mais sobre ele. Simplesmente badass.

"I am the last guy in the world that you wanna fuck with."

Uma tentativa de ranquear meus 5/5, em ordem.

1. Schindler's List
2. GoodFellas
3. Rosemary's Baby
4. Magnolia
5. American Beauty
6. Terminator 2: Judgment Day
7. City of God
8. The Exorcist
9. JFK
10. Apocalypse Now

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Colorido!

• Ran
• Donnie Darko
• Cinema Paradiso
• Body Double
• Paris, Texas
• Brazil

Diretores:
Spielberg | Scorsese | Clint | Tarantino | Mann | Fincher | Kubrick | De Palma |

Atores: 
Tom Cruise |

Gêneros: 
Neo-Noir |

Anos: 
1999 |

Premiações:
Anos 70 |

Showdown:
A piada assassina | Grande ilusão | Aqui é o meu lugar | Os caras legais |

Meses: 
ABR2025 | MAI2025 | JUN2025 |

Outros:
Filmes com o meu pai | Trilhas sonoras icônicas | Ainda existem filmes bons | Filmes que eu chorei | Um filme de cada ano | Favoritos |

• GoodFellas

1. Carlito's Way
2. The Untouchables
3. Blow Out
4. Mission: Impossible
5. Body Double
6. Scarface

• The French Connection
• The Godfather
• The Exorcist
• The Godfather Part II
• Jaws
• Network
• Close Encounters of the Third Kind
• The Deer Hunter
• Apocalypse Now
• Raging Bull

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Mês de reparação histórica, de assistir aqueles obrigatórios que estão faltando

1. L.A. Confidential
2. The Right Stuff
3. 12 Angry Men
4. Local Hero
5. A Perfect World
6. Adaptation.
7. The Bridges of Madison County
8. Do the Right Thing
9. The Fabelmans
10. Phantom Thread

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Em 1999, os astros se alinharem e possibilitaram essa quantidade inexplicável de maravilhosos filmes. Aqui vai o meu ranking pessoal

1. Magnolia
2. American Beauty
3. The Sixth Sense
4. The Green Mile
5. The Matrix
6. Fight Club
7. The Blair Witch Project
8. The Talented Mr. Ripley
9. The Insider
10. Toy Story 2

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Filmes que por algum motivo desconhecido eu ainda não assisti

• As Good as It Gets
• The Good, the Bad and the Ugly
• Unbreakable
• Drive
• Her
• Mulholland Drive
• Children of Men

1. Unforgiven
2. A Perfect World
3. The Bridges of Madison County
4. Million Dollar Baby
5. Mystic River
6. American Sniper
7. Gran Torino
8. Juror #2

O melhor gênero?

1. L.A. Confidential
2. The Long Goodbye
3. The Silence of the Lambs
4. Thief
5. Heat
6. Carlito's Way
7. Chinatown
8. The Conversation
9. Taxi Driver
10. Se7en

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Melhores filmes com nome de locais

• City of God
• Lawrence of Arabia
• The Green Mile
• The Shawshank Redemption
• Chinatown
• Munich
• Fargo
• Once Upon a Time in America
• The Banshees of Inisherin
• Carandiru

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Performances preferidas do Tom Cruise

1. Born on the Fourth of July
2. Collateral
3. Vanilla Sky
4. Magnolia
5. Eyes Wide Shut
6. Rain Man
7. The Color of Money
8. Minority Report
9. A Few Good Men
10. Top Gun: Maverick

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Percebi que o Tom Hanks é especialista nesse assunto

• Forrest Gump
• The Shawshank Redemption
• The Green Mile
• The Fabelmans
• The Last Temptation of Christ
• Magnolia
• American Beauty
• Schindler's List
• Inside Out
• Saving Private Ryan

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Melhores filmes sobre amizades masculinas

• The Social Network
• E.T. the Extra-Terrestrial
• The Shawshank Redemption
• One Flew Over the Cuckoo's Nest
• Midnight Cowboy
• The Deer Hunter
• Rain Man
• The Banshees of Inisherin
• Once Upon a Time in America
• The Hangover

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Playlist que comprova que filmes de 2010 em diante são tão maravilhosos quanto os de antes

• The Wolf of Wall Street
• Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)
• The Social Network
• The Fabelmans
• Toy Story 3
• Killers of the Flower Moon
• Inside Out
• Whiplash
• Phantom Thread
• Parasite

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Mês absurdo de foda: o filme menos bom foi 3/5

1. American Beauty
2. JFK
3. There Will Be Blood
4. The Long Goodbye
5. Thief
6. No Country for Old Men
7. Network
8. Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)
9. The Green Mile
10. The Social Network

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filmes que eu vi com o meu pai/filmes que ele ama

• Jaws
• The Color of Money
• Rounders
• Deliverance
• Mississippi Burning
• The Exorcist
• Close Encounters of the Third Kind
• Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)
• The Revenant
• The Untouchables

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1. GoodFellas
2. The Wolf of Wall Street
3. Raging Bull
4. The Last Temptation of Christ
5. Killers of the Flower Moon
6. The Irishman
7. The Departed
8. Casino
9. Taxi Driver
10. After Hours

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Do melhor ao menos bom do GOAT

1. Schindler's List
2. Saving Private Ryan
3. Jaws
4. Jurassic Park
5. The Fabelmans
6. E.T. the Extra-Terrestrial
7. Raiders of the Lost Ark
8. Close Encounters of the Third Kind
9. Munich
10. Minority Report

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1. Pulp Fiction
2. Reservoir Dogs
3. Django Unchained
4. Inglourious Basterds
5. Once Upon a Time... in Hollywood
6. Kill Bill: Vol. 1

Melhores clássicos de ficção científica/fantasia

• The Thing
• Alien
• Close Encounters of the Third Kind
• E.T. the Extra-Terrestrial
• The Terminator
• Back to the Future
• Back to the Future Part II
• Back to the Future Part III
• Blade Runner
• Star Wars

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*Filme em ordem decrescente de vitórias

Melhor Filme
1. The Exorcist - 1973🏆
2. Apocalypse Now - 1979
3. The Godfather - 1972
4. The Long Goodbye - 1973
5. Jaws - 1975
6. One Flew Over the Cuckoo's Nest - 1975
7. Network - 1976
8. All The President's Men - 1976
9. The Godfather Part II - 1974
10. Taxi Driver - 1976

Melhor Direção 
1. William Friedkin (The Exorcist) - 1973🏆
2. Francis F. Coppola (The Godfather) - 1972
3. Robert Altman (The Long Goodbye) - 1973
4. Sidney Lumet (Network) - 1976
5. Steven Spielberg (Jaws) - 1975

Melhor Ator
1. Marlon Brando (The Godfather) - 1972🏆
2. Al Pacino (The Godfather Part II) - 1974
3. Jack Nicholson (One Flew Over the Cuckoo's Nest) - 1975
4. Robert De Niro (Taxi Driver) - 1976
5. Gene Hackman (The French Connection) - 1971

Melhor Atriz
1. Louise Fletcher (One Flew Over the Cuckoo's Nest) - 1975🏆
2. Ellen Burstyn (The Exorcist) - 1973
3. Faye Dunaway (Network) - 1976
4. Sigourney Weaver (Alien) - 1979
5. Jamie Lee Curtis (Halloween) - 1978

Melhor Ator Coadjuvante
1. Robert De Niro (The Godfather Part II) - 1974🏆
2. Marlon Brando (Apocalypse Now) - 1979
3. Robert Shaw (Jaws) - 1975
4. Cristopher Walken (The Deer Hunter) - 1978
5. Burt Reynolds (Deliverance) - 1972

Melhor Atriz Coadjuvante
1. Meryl Streep (The Deer Hunter) - 1978🏆
2. Linda Blair (The Exorcist) - 1973
3. Jodie Foster (Taxi Driver) - 1976
4. Diane Keaton (The Godfather Part II) - 1974
5. Talia Shire (Rocky) - 1976

Melhor Elenco
1. The Godfather - 1972🏆
2. One Flew Over the Cuckoo's Nest - 1975
3. The Deer Hunter - 1978
4. The Exorcist - 1973
5. Network - 1976

Melhor Roteiro Original
1. Network - 1976🏆
2. Chinatown - 1974
3. Dog Day Afternoon - 1975
4. The Deer Hunter - 1978
5. Taxi Driver - 1975

Melhor Roteiro Adaptado
1. The Godfather - 1972🏆
2. All the President's Men - 1976
3. The Exorcist - 1973
4. The Long Goodbye - 1973
5. One Flew Over the Cuckoo's Nest - 1975

Melhor Fotografia
1. Apocalypse Now - 1979🏆
2. Jaws - 1975
3. The Godfather - 1972
4. Sorcerer - 1977
5. The Long Goodbye - 1973

Melhor Montagem
1. Jaws - 1975🏆
2. The Godfather Part II - 1974
3. The French Connection - 1971
4. All the President's Men - 1976
5. One Flew Over the Cuckoo's Nest - 1975

Melhor Som
1. Apocalypse Now - 1979🏆
2. The Conversation - 1974
3. The Exorcist - 1973
4. Taxi Driver - 1976
5. Alien - 1979

Melhor Trilha Sonora/Canção Original
1. Taxi Driver - 1976🏆
2. The Long Goodbye - 1973
3. The Godfather Part II - 1974
4. Jaws - 1975
5. The Omen - 1976

Melhores Efeitos Visuais
1. Alien - 1979🏆
2. Contatos Imediatos do Terceiro Grau - 1977
3. Star Wars - 1977
4. Apocalypse Now - 1979
5. Jaws - 1975

Melhor Design de Produção
1. Apocalypse Now - 1979🏆
2. Sorcerer - 1977
3. Taxi Driver - 1976
4. Alien - 1979
5. The Godfather Part II - 1974

Melhor Figurino
1. The Godfather Part II - 1974🏆
2. Apocalypse Now - 1979
3. A Clockwork Orange - 1971
4. The Deer Hunter - 1978
5. Chinatown - 1974

Melhor Maquiagem/Cabelo
1. The Exorcist - 1973🏆
2. Taxi Driver - 1976
3. Rocky - 1976
4. Apocalypse Now - 1979
5. One Flew Over the Cuckoo's Nest - 1975

1. The Exorcist
2. The Godfather
3. Apocalypse Now
4. The Godfather Part II
5. Taxi Driver
6. Jaws
7. One Flew Over the Cuckoo's Nest
8. Network
9. The Deer Hunter
10. Alien

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Seja uma trilha ou canção, aqui vão aquelas mais icônicas que eu já ouvi e que me marcaram para sempre.

• E.T. the Extra-Terrestrial
• Jaws
• The Shining
• The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring
• A Clockwork Orange
• Sorcerer
• The Exorcist
• Thief
• To Live and Die in L.A.
• Raiders of the Lost Ark

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Melhores filme de comédia satírica/humor negro

• The Wolf of Wall Street
• The Big Lebowski
• Little Miss Sunshine
• One Flew Over the Cuckoo's Nest
• The King of Comedy
• Once Upon a Time... in Hollywood
• Fargo
• Network
• Parasite
• The Banshees of Inisherin

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1. Thief
2. Heat
3. The Insider
4. Collateral
5. Manhunter
6. The Last of the Mohicans
7. Ferrari

1. Zodiac
2. The Game
3. The Social Network
4. Se7en
5. Fight Club
6. Gone Girl
7. The Killer

1. The Shining
2. A Clockwork Orange
3. Full Metal Jacket
4. Eyes Wide Shut
5. 2001: A Space Odyssey
6. Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb