Que filme destruidor. Através de seu documentário, a diretora Maite Alberdi nos convida a entrar na rotina do casal de idosos. Ela, Paulina Urrutia, que já fora uma grande atriz. Ele, Augusto Góngora, um jornalista cuja carreira é marcada por seu trabalho durante a ditadura Pinochet. Juntos há mais de 20 anos, o casal lida com a situação atual do marido, portador de Alzheimer.
A obra de Alberdi é cuidadosa ao trabalhar os recortes da vida do casal, costurando os…
"Banned books and burning books are the same. Both are done for the same reason: FEAR of knowledge. Fear is not freedom. Fear is not liberty. Fear is control."
Há duas coisas que me chamam a atenção de cara em The ABCs of Book Banning. A primeira é ver livros famosos – e bem conhecidos – como The Hobbit – na lista de banidos, e a segunda é notar a eloquência das crianças falando sobre os livros, o que me…
Um curta que fala sobre as tensões de guerra, conflitos iminentes que parecem esquecidos, mas cujas implicações ainda podem ser sentidas como se estivessem apenas efervescendo para explodir eventualmente. Fala sobre os sentimentos de pessoas comuns que vivem no meio dos dois lados deste conflito "como um filho de pais separados brigando pela custódia sem saber o que eu quero". Tudo isso em 20 minutos. Parece pouco? Sim, e é mesmo. Island in Between é mais interessante do que deveria…
É triste e curioso que um filme sobre, em suma, música, seja tão pouco cativante justamente pela artificialidade do sentimento. Explico: The Last Repair Shop é um filme sobre uma loja de reparos de instrumentos musicais, que oferecem o serviço para estudantes de maneira gratuita. Como se isso não fosse bonito o suficiente, toda a trilha sonora evoca o sentimentalismo esperado de um filme sobre música – e músicos e as pessoas que tornam a vida de estudantes um pouco…
Há de fato uma beleza na forma singela como Sean Wang filma suas avós em uma rotina simples e até engraçada, mas há pouco que Nǎi Nai & Wài Pó consiga evocar além do sentimentalismo raso. Obviamente existe um fator quase nostálgico que fará parte do público pensar em suas próprias avós – ou outros familiares – com um quentinho no coração, e até se arrisca aprofundar um pouco mais em alguns pontos – como o momento em que as documentadas…
A animação em si – o traço – não tem nada demais, mas a brincadeira com as texturas de tecidos e suas formas engrandece bem uma narrativa curta, direta e potente onde a diretora aponta os costumes restritivos e misóginos do Irã. A frase "As pessoas tem diferentes padrões e texturas" dialoga bem com isso, temática e tecnicamente, enquanto o curta brinca com o viés infantil perante uma sociedade que parece impor às mulheres, desde cedo, qual o único espaço que elas podem ocupar ali. Independente de seus padrões, texturas, vontades, etc.
